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Trump pressiona TSMC com ameaça de tarifa de 100% para investir nos EUA

A recente declaração de Donald Trump, ameaçando aplicar uma tarifa de até 100% sobre a TSMC caso a empresa não investisse em fábricas nos Estados Unidos, acendeu um novo alerta no setor de tecnologia global. A medida, segundo o ex-presidente norte-americano, faz parte de uma estratégia para fortalecer a indústria de semicondutores dentro do território americano. A TSMC, principal fabricante de chips do mundo, está no centro das tensões entre interesses comerciais e geopolítica, sendo pressionada a colaborar com a nova direção que Washington tenta impor ao setor.

A fala de Trump aconteceu durante um jantar com o Comitê Nacional do Congresso Republicano e causou repercussão imediata no mundo dos negócios. Ele afirmou que, sem oferecer incentivos financeiros, conseguiu convencer a TSMC a construir fábricas nos Estados Unidos apenas com a ameaça de tarifas altíssimas. A pressão direta demonstra a postura agressiva do ex-presidente em relação à independência tecnológica americana, um tema que ganha cada vez mais relevância no cenário internacional, especialmente diante da concorrência com China e Taiwan.

A resposta da TSMC, embora não tenha sido dada de forma oficial à mídia, veio através de ações concretas. A companhia anunciou um investimento bilionário de mais de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 600 bilhões) para expandir suas operações no estado do Arizona. Com esse investimento, duas novas fábricas serão construídas, o que deve impulsionar a capacidade produtiva dos Estados Unidos e reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros, especialmente em tempos de tensão comercial.

A TSMC é peça-chave no mercado de semicondutores, sendo responsável pela fabricação de chips utilizados por empresas como Apple, Nvidia, AMD, Qualcomm e Intel. Essa posição estratégica faz com que qualquer movimentação da empresa afete diretamente a cadeia global de suprimentos. Ao atender à pressão de Trump, a TSMC não apenas evita tarifas, mas também garante proximidade com seus principais clientes norte-americanos, além de se posicionar com mais segurança no ambiente político-econômico dos EUA.

A iniciativa de Donald Trump em ameaçar taxar a TSMC em 100% representa também um movimento político claro. Em um momento em que o discurso nacionalista ganha força, a promessa de gerar empregos e atrair indústrias de ponta para o território americano é um trunfo importante. O setor de chips, por sua relevância estratégica, tornou-se alvo central dessa nova política industrial que visa restaurar o protagonismo dos EUA em tecnologia.

A possível parceria entre TSMC e Intel é outro ponto relevante. Especula-se que a TSMC possa adquirir até 20% da Intel, em um acordo que contaria com apoio direto do governo americano. Essa fusão de interesses poderia significar um avanço ainda mais rápido no desenvolvimento de chips avançados, algo que a administração dos EUA enxerga como fundamental para se manter à frente na corrida tecnológica. Ao mesmo tempo, esse movimento poderia causar reestruturações internas, inclusive com possíveis demissões em massa.

Além do risco de tarifas, a decisão da TSMC também é estratégica para fugir da insegurança geopolítica que envolve Taiwan. Estabelecer fábricas em solo americano significa estar dentro do maior mercado consumidor de tecnologia do mundo, além de reduzir os custos e riscos envolvidos na exportação de produtos sensíveis. A ameaça de Donald Trump de taxar a TSMC em 100% forçou a companhia a acelerar seus planos, mas também pode acabar sendo uma jogada que favorece ambas as partes no longo prazo.

O cenário mostra que o setor de tecnologia está cada vez mais entrelaçado com decisões políticas. A declaração de Trump sobre taxar a TSMC em 100% não foi apenas uma provocação comercial, mas sim um recado claro para o mundo: os Estados Unidos pretendem recuperar o controle sobre a fabricação de chips e liderar a nova era da inteligência artificial e conectividade. Resta saber se essa política de pressão trará frutos sustentáveis ou se resultará em uma escalada ainda maior nas tensões internacionais.

Autor: Maxim Fedorov

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